Informações divulgadas em 2024 acendem um grave alerta para quem recebe o Bolsa Família. Isso porque alguns aplicativos podem estar comprometendo a renda recebida pelos beneficiários e podem trazer danos ao núcleo famílias.
Uma pesquisa recente realizada pelo Datafolha trouxe à tona um dado preocupante: 17% dos beneficiários do Bolsa Família, um dos principais programas sociais do governo, já realizaram ou ainda realizam apostas em plataformas online, conhecidas como “bets”.
Entre aqueles que admitiram participar dessas apostas, 32% relataram gastar, em média, R$ 100 por mês. Esses números acendem um sinal de alerta, principalmente considerando o perfil econômico dos participantes do programa, que tem como objetivo central fornecer assistência financeira às famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza.
Comportamento preocupante entre beneficiários do Bolsa Família
Os dados da pesquisa foram divulgados no domingo, 14 de janeiro de 2024, e são fruto de entrevistas presenciais realizadas com 2.004 pessoas em 135 municípios brasileiros.
As entrevistas foram conduzidas no dia 5 de dezembro de 2023, e a margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.
A pesquisa focou em pessoas a partir de 16 anos e revelou um cenário preocupante sobre o envolvimento de beneficiários do Bolsa Família em apostas esportivas.
Perfil dos participantes dos aplicativos
O Bolsa Família, reestruturado recentemente, atende atualmente 21 milhões de famílias em todo o Brasil. Em dezembro de 2023, o valor médio pago por família foi de R$ 680,61.
O programa tem como requisito principal que a renda per capita das famílias não ultrapasse R$ 218 por mês. Portanto, a prática de apostas esportivas entre esses beneficiários levanta questões sobre o uso responsável do auxílio financeiro recebido.
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Dados detalhados da pesquisa sobre os aplicativos
De acordo com o levantamento do Datafolha, 17% dos beneficiários admitiram ter feito alguma aposta online. Esse dado ganha ainda mais relevância quando se observa que 9% desses entrevistados continuam realizando apostas, mesmo que ocasionalmente.
Outros 8% afirmaram que já apostaram em algum momento, mas pararam de fazê-lo. Por outro lado, a maioria (82%) afirmou nunca ter participado de apostas esportivas online.
Em relação ao valor gasto, a pesquisa revelou uma tendência preocupante. Dos que apostam, 32% disseram gastar mais de R$ 100 por mês em bets. Outros 28% relataram gastar entre R$ 50 e R$ 100 mensais, enquanto 19% disseram gastar entre R$ 30 e R$ 50. Apenas 18% dos apostadores gastam até R$ 30 por mês.
Riscos e implicações para beneficiários do Bolsa Família
O envolvimento de beneficiários do Bolsa Família em apostas esportivas online apresenta riscos consideráveis, tanto para as finanças pessoais dessas famílias quanto para os objetivos do programa social.
As apostas, em geral, envolvem uma alta dose de risco e não garantem retorno financeiro. Para famílias que dependem do auxílio do governo para suprir necessidades básicas, como alimentação e saúde, o uso de parte desse benefício em apostas pode comprometer a segurança financeira e o bem-estar dos membros da família.
Além disso, o vício em jogos de azar é uma realidade preocupante. Pessoas que se envolvem frequentemente em apostas podem desenvolver uma dependência, o que pode levar a uma perda de controle sobre os gastos e, consequentemente, a dívidas e problemas financeiros ainda maiores.
É importante destacar que a prática de apostas, especialmente quando se trata de pessoas em situação de vulnerabilidade econômica, pode agravar as condições de pobreza e exclusão social.
Recomendações para evitar problemas no futuro
Diante desse cenário, é essencial que os beneficiários do Bolsa Família sejam orientados sobre os riscos das apostas online e incentivados a evitar essa prática. O uso do auxílio financeiro deve ser direcionado para necessidades essenciais, como alimentação, saúde e educação.
Além disso, o governo e as instituições responsáveis pelo programa devem reforçar campanhas de conscientização sobre o uso responsável dos recursos recebidos.
Uma solução proposta por especialistas é a implementação de mecanismos que bloqueiem o acesso de beneficiários do Bolsa Família a plataformas de apostas online. Embora essa medida seja controversa, ela poderia ajudar a proteger as famílias mais vulneráveis dos riscos associados ao jogo.
