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Confirmado? Nova fiscalização “mata-mata” no Bolsa Família

O governo federal está preparando uma nova fase de fiscalização rigorosa no programa Bolsa Família. Esta iniciativa, apelidada de “mata-mata”, faz parte de um conjunto de ações para cortar gastos públicos e combater fraudes.

O foco principal do pente-fino serão os beneficiários que vivem sozinhos, as chamadas famílias unipessoais. Esses casos levantaram suspeitas após um crescimento significativo no número de cadastros desse tipo, especialmente em períodos eleitorais, o que gerou um alerta de possíveis irregularidades.

Para 2025, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) já planeja intensificar as verificações no Bolsa Família, priorizando a revisão desses cadastros unipessoais.

A intenção é eliminar benefícios irregulares e garantir que os recursos cheguem aos cidadãos que realmente necessitam. Segundo estimativas do governo, cerca de 500 mil famílias unipessoais podem estar recebendo o auxílio de forma inadequada, e a suspensão desses pagamentos pode gerar uma economia de até R$ 4 bilhões ao ano.

Essa fiscalização faz parte de uma discussão mais ampla sobre o uso dos recursos públicos. O governo quer ajustar os gastos obrigatórios, buscando equilibrar a necessidade de assistência social com a sustentabilidade fiscal.

Para isso, está avaliando até mesmo uma reformulação nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que também deverá passar por medidas mais rígidas.

Governo pode realiza rum novo pente-fino entre os beneficiários do Bolsa Família? Veja quais cadastros estão em risco nessa fase.
Governo pode realiza rum novo pente-fino entre os beneficiários do Bolsa Família? Veja quais cadastros estão em risco nessa fase – Foto: beneficiofamilia.com.br.

A Estratégia de Revisão e a Meta de Economia

No início de 2023, o governo já havia realizado um pente-fino no Bolsa Família e retirado mais de 1,8 milhão de beneficiários unipessoais. Mesmo assim, ainda há suspeitas de fraudes.

Para identificar essas irregularidades, o governo estuda a implantação de tecnologias de verificação, como a biometria e a prova de vida anual. Essas tecnologias são eficazes no cruzamento de dados e podem facilitar a exclusão de cadastros indevidos.

A expectativa é de que as novas regras para o BPC sejam semelhantes às do Bolsa Família, com exigências mais rigorosas para garantir que apenas pessoas realmente elegíveis recebam o benefício.

A biometria, se implementada, ajudaria a identificar inconsistências nos cadastros, o que permitiria ao governo impedir pagamentos indevidos e assegurar que os recursos assistenciais cheguem a quem precisa.

O Ministério da Fazenda lidera essas ações e também propõe ajustes na forma como são distribuídos os recursos da Saúde e da Educação, duas áreas que dependem de elevados investimentos.

Essa reformulação dos gastos faz parte de um esforço maior para estabilizar as despesas do governo e garantir a eficiência dos recursos destinados aos programas sociais.

Veja mais: Cadastro do governo será excluído para SEMPRE nesse grupo de brasileiros

Quem é Afetado pelo Novo Pente-fino do Bolsa Família

O foco principal da nova revisão no Bolsa Família serão as famílias unipessoais de beneficiários entre 18 e 49 anos. Essa faixa etária foi identificada como um grupo de risco para fraudes, pois alguns desses cadastros podem não atender aos requisitos do programa.

O objetivo do governo é evitar que recursos do Bolsa Família sejam desviados ou mal aplicados, e, com isso, garantir que a verba seja direcionada a quem realmente precisa.

Em paralelo, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) também será impactado por essas novas fiscalizações. As propostas para o BPC incluem a exigência de provas de vida e a adoção de tecnologias como o reconhecimento facial e a biometria.

Com essas medidas, o governo espera reduzir as fraudes e focar o benefício em pessoas com doenças graves ou incapacidades permanentes, restringindo-o a situações de extrema necessidade.

Essas mudanças podem, no entanto, aumentar a burocracia para os beneficiários. Haverá uma demanda maior pela comprovação da situação de cada um, além de uma revisão periódica dos cadastros, que passariam a ser analisados com frequência para confirmar a continuidade dos requisitos.

Descubra também: Seu nome pode estar na lista dos 500 milhões de brasileiros que perderão o Bolsa Família

Implicações e Resistências

As novas propostas enfrentam resistência em alguns setores, especialmente porque envolvem cortes e controles em áreas fundamentais como Saúde e Educação.

Para o setor de Saúde, há receio de que a limitação do crescimento dos gastos impacte os serviços essenciais oferecidos à população. Já o Ministério da Educação teme que a redução de investimentos comprometa programas voltados à inclusão social.

Contudo, o governo argumenta que essas mudanças são necessárias para equilibrar as contas públicas. A expectativa é que, ao limitar o crescimento dos gastos, seja possível abrir espaço para investimentos em áreas prioritárias sem comprometer a assistência social básica.

A Fazenda propôs um limite de aumento de despesas em até 2,5% acima da inflação para assegurar que a política fiscal permaneça sustentável.

Controle Rigoroso e Foco nos Necessitados

Esse esforço de fiscalização não é apenas uma questão de corte de custos, mas também de responsabilidade social. O governo entende que é preciso destinar o Bolsa Família e o BPC para aqueles que realmente dependem desses auxílios.

Desde o início do ano, o programa Bolsa Família passou a adotar regras mais rígidas, especialmente para evitar fraudes entre as famílias unipessoais. A preocupação com esse grupo surgiu após um aumento expressivo no número de cadastros durante o período eleitoral, que passou de 3,4 milhões em 2021 para 5,8 milhões em 2022.

Agora, com a confirmação de um novo pente-fino para 2025, o governo quer fortalecer esses mecanismos de controle. Assim, espera-se que o benefício chegue aos cidadãos que realmente precisam, garantindo uma aplicação mais justa dos recursos públicos.

A nova fiscalização do Bolsa Família, prevista para 2025, marca um passo importante no controle de fraudes nos programas sociais do país.

A introdução de tecnologias como biometria e reconhecimento facial pode aumentar a transparência e garantir que apenas pessoas qualificadas permaneçam nos programas.

Mesmo com a resistência de alguns setores, o governo segue firme no compromisso de destinar os recursos sociais de forma eficiente, buscando atender às necessidades dos mais vulneráveis e combater o uso inadequado dos recursos públicos.

Rodrigo Campos

Editor do Portal Bolsa da Família. Jornalista, pós-graduado em Semiótica. Atuou em grandes veículos de imprensa do Brasil nos últimos anos.

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