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Trabalha como empregada doméstica? Veja se você corre risco de perder o Bolsa Família

O Bolsa Família é um programa de extrema importância para muitas famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza no Brasil.

Com a formalização de empregos, principalmente no setor de trabalho doméstico, surgem dúvidas frequentes sobre a possibilidade de perda do benefício em caso de assinatura da carteira de trabalho.

O receio de perder o auxílio, que é vital para garantir o sustento de inúmeras famílias, tem levado trabalhadoras domésticas a questionar os impactos de suas condições de trabalho sobre o programa.

Além disso, a assinatura da carteira de trabalho no caso de empregadas domésticas levanta questões sobre os limites de renda e o cumprimento dos critérios para a manutenção do Bolsa Família.

Com as regras atualizadas, é fundamental entender o que pode afetar a continuidade do recebimento do benefício e como manter o auxílio ativo mesmo após a formalização do vínculo empregatício.

Trabalha como empregada doméstica Veja se você corre risco de perder o Bolsa Família
Empregadas domésticas podem perder Bolsa Família? – Crédito: bolsadafamilia.com.br

Bolsa Família atende milhões de famílias em todo o Brasil

O Bolsa Família é um programa de transferência de renda criado pelo governo federal com o objetivo de auxiliar famílias em situação de vulnerabilidade social, garantindo uma renda mínima para custear necessidades básicas, como alimentação e moradia.

O valor básico do programa é de R$ 600 por família, com complementos adicionais conforme a composição familiar, tais como:

  • R$ 150 para cada criança de até 6 anos;
  • R$ 50 para gestantes;
  • R$ 50 para adolescentes de 7 a 18 anos.

Com esses valores, o Bolsa Família atende milhões de famílias em todo o Brasil, ajudando a combater a pobreza e a promover o desenvolvimento social.

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Critérios de renda para o Bolsa Família

Para manter o benefício do Bolsa Família, o principal critério é a renda per capita da família. A renda mensal por pessoa da família não pode ultrapassar R$ 218,00.

Esse valor é calculado somando-se todos os rendimentos da família e dividindo-se pelo número total de pessoas que compõem o núcleo familiar. Se o resultado for inferior a R$ 218,00 por pessoa, a família tem direito ao benefício integral.

O critério de renda é essencial para determinar quem continua a receber o Bolsa Família, mesmo em situações em que há mudanças na composição familiar ou no ingresso de novos membros no mercado de trabalho.

Empregada doméstica com carteira assinada e o Bolsa Família

Trabalhar como empregada doméstica com carteira assinada não implica automaticamente na perda do Bolsa Família. No entanto, é preciso atenção à renda familiar per capita.

Caso o novo emprego formal faça com que a renda média por pessoa da família ultrapasse os R$ 218,00, pode haver ajustes no valor do benefício.

Com as mudanças no programa e a adoção de novas regras em 2023, famílias que tenham membros com carteira assinada, e cuja renda por pessoa fique entre R$ 218,00 e R$ 660,00, continuam a receber o benefício, mas com uma redução de 50%.

Esse ajuste é aplicado para garantir uma transição gradual, permitindo que a família tenha uma adaptação econômica sem a perda imediata do apoio financeiro.

Para casos em que a renda familiar permaneça dentro dos limites estabelecidos, ou seja, abaixo de R$ 218,00 por pessoa, o benefício segue sendo pago integralmente, sem qualquer redução.

Trabalho como diarista ou faxineira

No caso de trabalhadoras que atuam como diaristas ou faxineiras, cuja relação de trabalho não costuma envolver a formalização do emprego, a situação também requer atenção.

A renda obtida com essas atividades não é registrada automaticamente no sistema previdenciário, mas deve ser considerada no cálculo da renda per capita da família.

O trabalho informal, no entanto, não implica perda automática do Bolsa Família, desde que o total da renda familiar continue respeitando os limites do programa.

Manutenção do benefício e a importância do Cadastro Único

A atualização constante do Cadastro Único (CadÚnico) é fundamental para garantir a continuidade do recebimento do Bolsa Família.

Assim, sempre que houver mudanças na renda familiar, seja pelo ingresso de um novo emprego, seja por alterações na composição do grupo familiar, é necessário informar ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) ou aos órgãos responsáveis pelo cadastro.

Além da renda, o cumprimento de outras exigências, como a frequência escolar de crianças e adolescentes e a regularidade da vacinação, também é essencial para manter o benefício ativo. O não cumprimento dessas condições pode resultar em bloqueios ou até na suspensão do Bolsa Família.

Benefícios da formalização do trabalho doméstico

Embora a possibilidade de redução do Bolsa Família seja uma preocupação, a formalização do trabalho doméstico traz diversos benefícios importantes para a empregada. A carteira assinada garante direitos trabalhistas, como:

Esses benefícios oferecem maior segurança financeira e social para as trabalhadoras, além de representarem uma proteção legal contra eventuais adversidades.

Dessa forma, é possível equilibrar a formalização do trabalho com a continuidade no acesso ao Bolsa Família, desde que respeitados os critérios de renda do programa.

Por tudo isso, trabalhar como empregada doméstica com carteira assinada não implica necessariamente na perda do Bolsa Família. O que define a continuidade do benefício é a renda per capita da família.

Mesmo em situações onde a renda familiar aumente, o programa permite uma transição gradual com a possibilidade de redução de 50% do valor do benefício por até dois anos.

Portanto, manter o CadÚnico atualizado, calcular corretamente a renda familiar e garantir o cumprimento das exigências do programa são passos essenciais para a continuidade do recebimento do Bolsa Família.

Além disso, a formalização do trabalho doméstico proporciona uma série de vantagens e garantias para as trabalhadoras, reforçando a importância de buscar um equilíbrio entre o benefício social e os direitos trabalhistas.

Wilson Spiler

Redator do portal Bolsa Família. Jornalista, pós-graduado em Marketing Digital e graduação em Designer Gráfico. Atuou em grandes veículos nas mais variadas funções, como Globo, SRzd, Ultraverso, entre outros.

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