Governo estipula data final para cadastro da biometria de quem recebe Bolsa Família
Os beneficiários do Bolsa Família também têm obrigação de registrar a biometria, mas o processo deve ocorrer de forma gradual
O Bolsa Família consolidou-se como um dos programas sociais mais importantes do Brasil, garantindo renda e inclusão para milhões de famílias em situação de vulnerabilidade. Ele foi criado com o objetivo de combater a pobreza e promover dignidade.
O benefício continua sendo essencial para a segurança alimentar e o fortalecimento da cidadania. Entretanto, para assegurar que o auxílio chegue às pessoas certas e evitar fraudes, o governo federal tem investido em novas tecnologias de identificação.
A adoção da biometria e da Carteira de Identidade Nacional (CIN) faz parte desse processo de modernização. Assim, a atualização cadastral torna-se uma exigência crucial para que os beneficiários continuem recebendo seus pagamentos de forma segura, eficiente e transparente.

Neste artigo, você vai ver:
Biometria obrigatória para benefícios sociais
O governo federal determinou que todos os beneficiários de programas sociais, incluindo o Bolsa Família, deverão cadastrar sua biometria até o dia 1º de maio de 2026. Essa exigência busca garantir maior segurança nas informações e impedir fraudes que possam desviar recursos destinados às famílias.
A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, destacou que a utilização da biometria fortalece o sistema de identificação dos cidadãos e torna o processo “dez vezes mais seguro” em comparação aos documentos tradicionais.
Apesar de o prazo geral para os brasileiros substituírem seus documentos pela nova Carteira de Identidade Nacional (CIN) ir até 2032, os beneficiários de programas como o Bolsa Família terão um período mais curto para cumprir essa exigência.
O motivo é a necessidade de proteger o sistema contra irregularidades e assegurar que o pagamento seja feito apenas a quem realmente se enquadra nos critérios do programa. Todos os estados já emitem a CIN, e a primeira via é gratuita, o que facilita o acesso ao novo documento para quem ainda não o possui.
Além do Bolsa Família, outros programas também passarão a exigir o registro biométrico. Entre eles estão o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o salário-maternidade, a pensão por morte, o seguro-desemprego, o abono salarial e o benefício por incapacidade temporária.
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Calendário da biometria do Bolsa Família
O calendário definido pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) estabelece diferentes prazos para a obrigatoriedade da biometria, considerando o tipo de benefício e o perfil do beneficiário.
A partir de 21 de novembro de 2025, quem solicitar novos benefícios ou renovar um benefício existente deverá ter cadastro biométrico em alguma base oficial, com exceção dos programas que tiveram prazo estendido, como o Bolsa Família, que vai até 1º de maio de 2026.
Já os beneficiários que possuírem biometria cadastrada em outros sistemas, como o da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou o título de eleitor, poderão utilizá-la temporariamente. No entanto, o governo enfatiza que, a partir de 1º de janeiro de 2027, todos os beneficiários precisarão ter registro.
Caso o cidadão não tenha o cadastro, será notificado e deverá emitir a nova CIN para continuar recebendo o valor. Essa transição gradual busca equilibrar a modernização do sistema com a inclusão digital dos beneficiários.
Por fim, a data de 1º de janeiro de 2028 marcará a obrigatoriedade total da CIN para todos os brasileiros que solicitarem ou renovarem benefícios sociais. A partir desse momento, o documento passará a ser requisito indispensável para a concessão de qualquer programa social.
Busca ativa de beneficiários do Bolsa Família
Para facilitar o processo e evitar que os beneficiários fiquem sem receber, o governo federal implementará uma estratégia de busca ativa. O MGI informou que as famílias serão notificadas com antecedência sobre a necessidade de cadastrar a biometria.
As comunicações acontecerão de forma semelhante às mensagens enviadas aos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), garantindo ampla divulgação. Caso o beneficiário não realize o cadastro dentro do prazo, o sistema voltará a emitir novos avisos até que o procedimento seja concluído.
Além das notificações, o governo pretende utilizar bases de dados já existentes para agilizar o processo. Informações biométricas da CNH e do título de eleitor, administrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), poderão ser usadas de forma transitória.
No entanto, devido ao calendário eleitoral, o TSE fará coletas de biometria apenas até o dia 1º de maio de 2026, o que reforça a importância de o beneficiário não deixar o procedimento para a última hora. Dessa forma, o governo busca equilibrar eficiência administrativa e acessibilidade social.
Por meio dessa ação, o Ministério da Gestão reforça o compromisso com a inclusão digital e o respeito aos direitos dos beneficiários. O processo de busca ativa assegura que ninguém perca o benefício por falta de informação e fortalece o vínculo entre Estado e cidadão.
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CIN também será obrigatória
A Carteira de Identidade Nacional (CIN) substituirá gradualmente os documentos de identidade tradicionais, unificando as informações em um único registro nacional. Essa modernização integra dados biométricos e biográficos, o que aumenta a segurança e reduz as chances de fraude.
A ministra Esther Dweck afirmou que o novo documento é “dez vezes mais seguro” do que os anteriores, pois utiliza tecnologia avançada de reconhecimento digital. Para os beneficiários do Bolsa Família, a emissão da CIN será fundamental para manter a regularidade do cadastro.
A CIN também representa um marco na transformação digital dos serviços públicos brasileiros. Ao reunir informações de diferentes bases de dados, o documento facilita a vida do cidadão e simplifica procedimentos burocráticos.
Além disso, possibilita que o governo realize cruzamentos automáticos de informações, garantindo que apenas famílias que realmente se enquadram nos critérios do Bolsa Família continuem recebendo o benefício.
Com a adoção definitiva da CIN, o governo federal dá mais um passo rumo à modernização da gestão pública. O novo modelo de identificação trará benefícios não apenas para os beneficiários do Bolsa Família, mas para toda a população.





