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“Meu marido está no meu cadastro do Bolsa Família: ele pode abrir um CNPJ sem bloquear meu benefício?”

O Bolsa Família é um programa crucial para milhões de famílias brasileiras, proporcionando apoio financeiro para aqueles em situação de pobreza ou extrema pobreza. A principal preocupação de muitos beneficiários é a possibilidade de perder o benefício devido a mudanças na situação econômica familiar, como a abertura de um CNPJ por um dos membros da família.

A seguir, vamos explorar se a abertura de um CNPJ pelo seu marido pode afetar o recebimento do Bolsa Família e o que o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) tem a dizer sobre isso.

Com a crescente formalização de pequenos negócios através do Microempreendedor Individual (MEI), muitas famílias têm dúvidas sobre como isso pode impactar os benefícios sociais que recebem. É essencial entender as regras e os critérios do Bolsa Família para evitar surpresas desagradáveis e garantir a continuidade do auxílio financeiro.

Você tem que ler isso ainda hoje:

Saiba se a abertura de um CNPJ pelo seu marido pode impactar o benefício do Bolsa Família.
Descubra se o seu marido pode abrir CNPJ sem afetar o Bolsa Família – Crédito: bolsadafamilia.com.br.

Quem é Microempreendedor Individual (MEI) perde os benefícios do Bolsa Família?

Regras para participação no Bolsa Família

Para participar do Bolsa Família, as famílias devem estar inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) e ter uma renda familiar per capita igual ou inferior a R$ 218,00. Isso significa que se a renda total da família, dividida pelo número de membros, for menor ou igual a esse valor, a família está apta a receber o benefício.

Mesmo após a formalização como MEI, se a família continuar dentro do perfil de renda exigido, ela não perderá o benefício do Bolsa Família. As perdas de benefícios estão mais relacionadas ao cumprimento dos demais critérios do programa do que à constituição de uma pessoa jurídica MEI.

Entenda se quem é MEI tem direito ao Bolsa Família

O Brasil tem mais de 14 milhões de pessoas atuando como microempreendedores individuais. A formalização como MEI não garante automaticamente o sucesso financeiro, e muitos empreendedores continuam enfrentando dificuldades econômicas. Por isso, é importante saber que a formalização como MEI, por si só, não exclui a possibilidade de receber o Bolsa Família.

O critério principal para receber o benefício é a renda per capita da família. Se, mesmo após a formalização, a renda per capita permanecer dentro do limite de R$ 218,00, a família ainda tem direito ao Bolsa Família. A condição financeira da família é o que realmente importa para a elegibilidade do programa, não a natureza do trabalho ou a formalização como MEI.

Benefícios do programa e condicionalidades

O Bolsa Família é composto por vários benefícios que variam de acordo com a composição familiar e a renda per capita. Estes incluem:

  • Renda de Cidadania: R$ 142 por pessoa.
  • Primeira Infância: R$ 150 por criança de até 6 anos.
  • Benefício Variável Familiar: R$ 50 por gestante e por criança/adolescente de 7 a 17 anos.
  • Benefício Complementar: Um valor adicional para garantir que nenhuma família receba menos de R$ 600 por mês.

Além de atender aos critérios de renda, as famílias devem cumprir condicionalidades relacionadas à saúde e educação para manter o benefício. Entre estas estão:

  • Saúde: Pré-natal para gestantes, calendário de vacinação em dia e acompanhamento nutricional para crianças até 7 anos.
  • Educação: Frequência escolar mínima de 60% para crianças de 4 e 5 anos e 75% para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos.

O impacto da abertura de um CNPJ no recebimento do Bolsa Família

Formalização como MEI e manutenção do benefício

A formalização como MEI pode trazer benefícios fiscais e de formalização para pequenos empreendedores, mas não necessariamente impacta o recebimento do Bolsa Família se a renda per capita da família permanecer dentro dos limites estabelecidos.

Regras de emancipação e continuidade do benefício

A regra de emancipação, introduzida com o Auxílio Brasil, permite que famílias cuja renda per capita aumente devido à formalização como MEI continuem recebendo o benefício por até 24 meses, desde que a renda não ultrapasse meio salário mínimo por pessoa, ou seja, R$ 651,00.

Cadastro Único e atualização dos dados

Para garantir que as informações estejam sempre atualizadas e evitar a perda do benefício, é crucial que as famílias mantenham seus dados no CadÚnico atualizados, incluindo qualquer mudança na renda ou na composição familiar.

Como se inscrever no Bolsa Família e manter o benefício

Inscrição no Cadastro Único

Para se inscrever no Bolsa Família, é necessário estar registrado no CadÚnico. A inscrição pode ser feita nos postos de atendimento do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município, com documentos como RG, CPF, título de eleitor, comprovante de residência e carteira de trabalho.

Processo de análise e aprovação

Após a inscrição, a equipe responsável pelo programa no município avaliará o perfil da família para garantir que ela atenda aos critérios do programa. O Bolsa Família só começa a ser pago após essa análise e aprovação.

Manutenção do benefício

Para manter o benefício, além de cumprir as condicionalidades, é necessário atualizar os dados no CadÚnico sempre que houver mudanças na renda ou no número de membros da família. A atualização deve ser feita a cada dois anos, mesmo que não haja mudanças.

A abertura de um CNPJ por um membro da família, como o marido, não impede automaticamente o recebimento do Bolsa Família, desde que a renda per capita da família permaneça dentro dos limites estabelecidos. A formalização como MEI pode coexistir com o recebimento do benefício, desde que todos os critérios de renda e condicionalidades sejam cumpridos.

Wilson Spiler

Redator do portal Bolsa Família. Jornalista, pós-graduado em Marketing Digital e graduação em Designer Gráfico. Atuou em grandes veículos nas mais variadas funções, como Globo, SRzd, Ultraverso, entre outros.

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