Pagamentos do INSS e benefícios sociais em atraso: entenda a polêmica com o Orçamento 2025
O INSS está passando por um atraso nos pagamentos, mas isso tem relação com o atraso da aprovação do Orçamento 2025.
O orçamento do governo é um planejamento financeiro que define como a União destinará os recursos públicos ao longo do ano. Essa peça orçamentária estabelece as receitas e despesas da administração federal, abrangendo desde investimentos em infraestrutura até o pagamento de salários e benefícios sociais.
Sua aprovação pelo Congresso Nacional é um passo fundamental para garantir a execução de políticas públicas e o funcionamento dos serviços essenciais.
Quando o orçamento não é votado dentro do prazo, diversos setores são impactados, comprometendo pagamentos, programas sociais e investimentos. Em 2025, o atraso na liberação dos recursos já começa a gerar preocupações.

Liberação do Orçamento 2025 está atrasada
A votação do orçamento de 2025, que deveria ter sido concluída até dezembro de 2024, ainda não ocorreu. Deputados e senadores adiaram a análise da proposta, deixando para decidir após o Carnaval.
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) adiou a votação prevista para 11 de março e marcou uma nova data para 19 de março, com a leitura do relatório no dia anterior. Esse atraso já começa a comprometer a execução de diversos pagamentos e projetos essenciais para a população.
Mesmo após a aprovação na CMO, o orçamento ainda precisa ser votado em sessão conjunta do Congresso Nacional. A nova previsão para essa etapa é 20 de março, quando deputados e senadores darão o aval final para a liberação dos recursos.
Enquanto isso, programas sociais, reajustes salariais e investimentos em infraestrutura permanecem travados, aguardando a definição orçamentária. Esse impasse não é uma situação inédita. Desde 1988, o Brasil já enfrentou pelo menos 11 atrasos na aprovação do orçamento. O maior deles ocorreu em 1994, quando a votação foi concluída apenas em outubro.
Um dos principais fatores que contribuíram para o atraso deste ano foi o bloqueio das emendas parlamentares, que gerou impasses entre o governo e o Congresso. Na última semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou um plano de trabalho conjunto entre o Executivo e o Legislativo para a liberação dos pagamentos.
O compromisso do governo em garantir mais transparência e rastreabilidade nas emendas foi um dos pontos que viabilizaram esse acordo. Agora, resta ao Congresso cumprir o novo calendário para que o orçamento finalmente seja aprovado.
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Em quais setores esse atraso influencia?
- Reajuste salarial de servidores públicos
O atraso na votação do orçamento compromete o reajuste de mais de 45 carreiras da administração pública federal. O acordo firmado com o governo previa aumentos em duas etapas, sendo a primeira em 2025. A expectativa era que os valores começassem a ser pagos em março, mas, com o impasse, os servidores devem receber apenas em abril ou maio. - Adiantamento do 13º salário do INSS
Nos últimos anos, aposentados e pensionistas do INSS receberam o 13º salário antecipadamente, mas essa medida depende da aprovação do orçamento. Em 2024, o pagamento, que normalmente ocorre no segundo semestre, foi adiantado para abril e maio. No entanto, sem a liberação dos recursos, o cronograma pode sofrer atrasos, prejudicando milhões de beneficiários. - Auxílio Gás
O programa, que atende mais de 20 milhões de famílias, corre o risco de ficar sem verba para os próximos pagamentos. O benefício cobre o valor do botijão de 13 kg e já teve um repasse no primeiro bimestre. No entanto, estão previstos R$ 600 milhões para os próximos meses, além de uma necessidade adicional de R$ 3,4 bilhões. Sem o orçamento aprovado, a continuidade do programa fica ameaçada. - Execução de obras e compra de equipamentos
Projetos de infraestrutura e aquisição de materiais essenciais para serviços públicos também estão paralisados. Apenas obras já em andamento seguem autorizadas, mas novas contratações e investimentos estão suspensos. Isso pode gerar prejuízos financeiros, uma vez que a interrupção de projetos pode resultar em aumento de custos e desperdício de recursos públicos.
A demora na aprovação do orçamento traz consequências diretas para milhões de brasileiros, afetando tanto servidores públicos quanto beneficiários de programas sociais.
Além disso, a paralisação de investimentos compromete o desenvolvimento econômico, atrasando obras e dificultando a modernização de serviços essenciais. Enquanto o Congresso não define a peça orçamentária, a incerteza persiste, impactando a administração pública e a população.
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