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Segurados do INSS sem acesso ao app ou telefone: como entrar em contato com o instituto?

Alguns segurados do INSS têm relatado que estão sem acesso aos canais digitais e ao telefone do instituto, o que dificulta o contato.

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) desempenha um papel vital na vida de milhões de brasileiros ao administrar aposentadorias, pensões e diversos benefícios previdenciários. Ao centralizar o acesso a esses direitos, o órgão garante segurança financeira a trabalhadores que contribuíram ao longo da vida.

Atualmente, o INSS atende mensalmente mais de 97 milhões de pessoas, oferecendo serviços digitais e por telefone, com a promessa de agilidade e transparência nos processos. No entanto, apesar da abrangência, o sistema enfrenta desafios que envolvem acessibilidade.

Diante disso, é fundamental compreender o que está acontecendo, como essas questões afetam os segurados do INSS e quais medidas estão sendo adotadas para proteger os beneficiários e seus recursos. É essencial entender todos os procedimentos disponíveis.

Os segurados do INSS devem procurar meios de acessar seus descontos indevidos.
Os segurados do INSS devem procurar meios de acessar seus descontos indevidos. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / bolsadafamilia.com.br

Segurados do INSS estão sendo notificados sobre descontos indevidos

Milhões de segurados do INSS foram surpreendidos com notificações recentes informando sobre descontos aplicados entre os anos de 2020 e 2025. Segundo o próprio instituto, 9 milhões de beneficiários receberam esses avisos apenas nesta semana.

Esses comunicados indicam a existência de possíveis cobranças indevidas realizadas em nome de entidades associativas, muitas vezes sem qualquer consentimento dos aposentados ou pensionistas. A situação gerou insegurança e indignação entre os usuários.

Para esclarecer a origem dos descontos, o INSS lançou o serviço “Consultar Descontos de Entidades Associativas”, disponível no aplicativo e site do Meu INSS, além da central telefônica 135. Por meio dessa ferramenta, o segurado pode verificar o nome da associação à qual supostamente estaria vinculado.

Caso o beneficiário identifique alguma irregularidade, pode solicitar diretamente a devolução dos valores, utilizando os mesmos canais digitais. No entanto, esse procedimento não pode ser feito presencialmente nas agências do INSS, o que dificulta o acesso.

Apenas usuários com acesso ao app ou ao telefone conseguem confirmar a existência dessas cobranças e iniciar o pedido de reembolso. Essa limitação no atendimento preocupa especialistas e entidades de defesa dos idosos, pois muitos aposentados não possuem habilidades digitais nem acesso a um telefone.

Embora o INSS afirme que monitora o fluxo de atendimento e promete ações futuras para ampliar a cobertura, até o momento não apresentou soluções específicas para os beneficiários que enfrentam essas restrições tecnológicas.

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Entendendo o caso das fraudes do INSS

A investigação sobre os descontos indevidos ganhou destaque nacional após uma megaoperação da Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). A ação, autorizada pela Justiça do Distrito Federal, buscou desarticular um esquema criminoso que aplicava cobranças mensais ilegais.

As apurações indicam que o prejuízo total pode alcançar R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, embora ainda não se saiba qual porcentagem foi efetivamente resultado de fraudes. A gravidade do caso gerou uma onda de desconfiança em relação aos mecanismos de controle do INSS.

As investigações revelaram que diversas entidades utilizavam sistemas internos para incluir aposentados em associações fictícias ou sem consentimento válido. Com isso, conseguiam impor mensalidades automaticamente nos benefícios, como se os segurados tivessem concordado com a adesão.

Muitas vezes, os beneficiários sequer tinham conhecimento dessas cobranças, o que demonstra falhas graves no processo de autorização e validação dos descontos. A operação trouxe à tona a vulnerabilidade dos mecanismos internos do INSS frente a manipulações externas e internas.

Como consequência imediata, o governo federal suspendeu todos os convênios que autorizavam descontos associativos nas aposentadorias e pensões. Além disso, medidas administrativas foram tomadas, como o afastamento e posterior demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.

Houve também o pedido de demissão do ministro da Previdência, Carlos Lupi. Essas ações evidenciam a seriedade da crise enfrentada pelo órgão e reforçam a necessidade de maior rigor e transparência na gestão dos recursos dos segurados do INSS.

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Segurados do INSS sem acesso ao app e sem telefone não sabem como consultar

A falta de alternativas presenciais para os segurados do INSS que não usam o app ou não têm acesso ao telefone está sendo um desafio. A orientação oficial do órgão determina que consultas e pedidos de devolução sejam feitos exclusivamente pelo site ou aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135.

No entanto, milhares de aposentados e pensionistas, principalmente idosos ou moradores de áreas remotas, não conseguem utilizar esses meios com facilidade. Essa exclusão tecnológica compromete o direito à informação e à reparação de danos.

Mesmo diante da limitação, o INSS afirmou que não realizará esse atendimento nas agências físicas. A única exceção ocorre em caso de morte do beneficiário, quando o herdeiro ou pensionista pode solicitar o ressarcimento presencialmente, desde que agende o atendimento pelo aplicativo ou telefone.

Essa exigência gera um paradoxo: a pessoa sem acesso digital ou telefônico não pode resolver o problema diretamente em uma agência, mas precisa usar exatamente esses meios para conseguir um atendimento presencial. Essa estrutura contraditória aumenta ainda mais a dificuldade de resolução.

O INSS ainda orienta os usuários a preferirem o atendimento telefônico após as 16h ou aos sábados, quando a linha apresenta menor volume de chamadas. Contudo, isso não resolve a situação daqueles que não possuem telefone, não sabem utilizar o aplicativo ou têm limitações para lidar com tecnologia.

Até o momento, o governo não anunciou planos concretos para oferecer atendimento presencial emergencial nesses casos. Assim, os segurados do INSS continuam desamparados, sem meios viáveis para defender seus direitos e buscar a devolução de valores que nunca autorizaram serem descontados.

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