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Cursos da saúde não poderão mais ser EAD? Confira as mudanças do MEC!

O MEC decidiu mudar as diretrizes de cursos EAD, especialmente os da área da saúde que, por obrigação, devem ter prática em aulas presenciais.

Nos últimos anos, os cursos EAD se consolidaram como uma alternativa acessível e flexível dentro do cenário educacional brasileiro. Essa modalidade permite que os estudantes assistam às aulas remotamente, por meio de plataformas digitais que oferecem conteúdos gravados ou ao vivo.

Além disso, os cursos EAD geralmente disponibilizam fóruns de discussão, atividades interativas e suporte pedagógico online, o que possibilita uma jornada de aprendizagem adaptada à rotina do aluno. Embora tragam diversas vantagens, os cursos a distância exigem alta disciplina e organização.

Por isso, o modelo ganhou força sobretudo entre trabalhadores e pessoas que moram longe dos centros urbanos. No entanto, esse formato enfrenta questionamentos importantes quanto à sua qualidade e regulação, especialmente dos cursos da área da saúde.

O MEC resolveu fazer alterações nas regras de cursos EAD, especialmente da área da saúde.
O MEC resolveu fazer alterações nas regras de cursos EAD, especialmente da área da saúde. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / bolsadafamilia.com.br

MEC muda diretrizes de cursos EAD

O Ministério da Educação deu início a um movimento decisivo para reformular o cenário do ensino superior a distância. Durante uma reunião com entidades estudantis, representantes do MEC sinalizaram que o novo marco regulatório da EAD trará mudanças estruturais.

Entre elas, destaca-se a proposta de limitar o uso indiscriminado da modalidade em cursos presenciais, além de proibir a oferta 100% EAD em graduações da área da saúde. Essa iniciativa visa responder a preocupações crescentes sobre a qualidade e a adequação do modelo remoto em certas formações.

Além disso, o MEC propôs a criação de três formatos bem definidos para os cursos de graduação: presencial, semipresencial e totalmente a distância. Essa distinção busca evitar a confusão entre os modelos e garantir maior transparência ao estudante na hora da escolha.

Com isso, a intenção é promover um padrão mais claro sobre o que cada tipo de curso oferece em termos de carga horária, metodologia e infraestrutura. Também entrou na pauta da reunião a redução do atual limite de 40% de disciplinas online em cursos presenciais.

A presidenta da União Nacional dos Estudantes, Manuella Mirella, destacou a necessidade de uma regulação específica para os cursos de licenciatura oferecidos a distância. Segundo ela, a expansão desenfreada desse modelo contribuiu para a precarização do ensino e agravou desigualdades.

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Justificativa para as mudanças

A principal motivação por trás das mudanças propostas está diretamente ligada à preocupação com a qualidade do ensino oferecido na modalidade EAD. O MEC reconheceu, com base em demandas estudantis e análises setoriais, que determinadas áreas do conhecimento exigem interação prática.

Nos cursos da área da saúde, por exemplo, a ausência de contato direto com pacientes e a falta de atividades laboratoriais prejudicam a formação profissional. Por isso, o novo marco pretende eliminar a possibilidade de formação remota em graduações como Enfermagem, Fisioterapia e Odontologia.

Outro fator que impulsionou a revisão das diretrizes é o uso da EAD como estratégia de corte de custos por parte de algumas instituições privadas. Ao substituir aulas presenciais por conteúdos online, muitas delas conseguem reduzir despesas com infraestrutura, professores e logística, mas caem em qualidade.

Essa prática levou entidades como a UNE e representantes estudantis a pressionarem por limites mais rígidos. Assim, o marco regulatório busca conter abusos e garantir que a modalidade seja usada com responsabilidade e critério.

Adicionalmente, as mudanças propostas surgem como resposta à crescente desigualdade no acesso a uma formação adequada. Embora a EAD amplie o alcance da educação, ela também acentua disparidades quando não há garantias mínimas de suporte tecnológico e pedagógico.

Em regiões com baixa conectividade ou em grupos sociais vulneráveis, a modalidade pode se tornar mais um fator de exclusão. Portanto, ao revisar as regras, o MEC procura promover maior equidade no ensino superior, assegurando condições dignas de aprendizagem para todos os estudantes.

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Cursos EAD vão deixar de existir?

Mesmo com as restrições previstas, os cursos EAD não deixarão de existir. Pelo contrário, o MEC pretende consolidá-los como uma opção válida e regulamentada dentro do sistema educacional. A proposta não visa eliminar a modalidade, mas sim garantir que ela atenda a padrões mínimos de qualidade.

Com isso, a regulamentação também cria um ambiente mais seguro para os estudantes que optam pela educação a distância. Eles terão acesso a informações mais precisas sobre o que esperar do curso, quais são suas limitações e quais competências poderão desenvolver ao longo da formação.

Além disso, as instituições precisarão se adequar a exigências mais rigorosas, o que tende a elevar o nível geral da oferta educacional. Isso contribui para que a EAD se consolide como uma alternativa eficiente e responsável dentro do ensino superior brasileiro.

Por fim, é importante destacar que o novo marco regulatório trará um papel mais ativo do Estado na fiscalização e no acompanhamento das instituições que ofertam cursos EAD. A medida visa impedir que o crescimento da modalidade ocorra de forma descontrolada, sem observar critérios técnicos.

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