O golpe da biometria facial faz milhares de vítimas sem que elas percebam, já que muitas são idosos que não conhecem o procedimento.
A biometria facial surgiu como uma tecnologia de ponta voltada para garantir a segurança no ambiente digital, especialmente em operações financeiras e autenticação de identidade. ou seja, é um procedimento que veio para ser muito mais seguro.
Ao analisar traços únicos do rosto, como distância entre os olhos, formato do nariz e contornos faciais, essa ferramenta promete dificultar o acesso de pessoas não autorizadas a contas e serviços. Desde 2020, seu uso cresceu exponencialmente, especialmente em bancos e plataformas que exigem verificação.
No entanto, criminosos encontraram maneiras de burlar esse sistema e aplicar fraudes. O crescimento desses golpes levanta um sinal de alerta e exige atenção redobrada por parte dos usuários e instituições. Por isso, é importante saber como eles funcionam.
Neste artigo, você vai ver:
Como o golpe da biometria facial funciona?
Criminosos têm se aproveitado da confiança das pessoas para capturar imagens faciais com o objetivo de aplicar fraudes financeiras. Em diversas regiões do país, estelionatários utilizam abordagens persuasivas para convencer as vítimas a fornecerem involuntariamente sua biometria facial.
Para isso, eles criam contextos aparentemente legítimos, como visitas médicas domiciliares ou atendimentos sociais, simulando profissionalismo para não gerar suspeitas. Ao fazerem uma simples foto, os golpistas coletam o dado biométrico necessário para liberar empréstimos, abrir contas, etc.
Em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, duas mulheres se apresentaram como agentes de saúde do SUS e enganaram uma idosa que aguardava uma cirurgia. Durante a falsa consulta, tiraram uma foto alegando necessidade para o prontuário, mas usaram a imagem para reconhecimento facial.
Com isso, contrataram empréstimos consignados em nome da vítima sem seu conhecimento. As investigações revelaram que as golpistas já tinham antecedentes criminais por estelionato. Ambas foram identificadas e presas, e a polícia busca por outros envolvidos na mesma prática.
A atuação dessas quadrilhas não se limita a casos isolados. A Polícia Civil segue investigando novos suspeitos e alerta que muitas vítimas continuam com descontos indevidos em suas contas, mesmo após denunciarem os golpes.
Além disso, a Prefeitura de São Bernardo emitiu um comunicado reforçando que agentes de saúde não estão autorizados a coletar fotos ou dados biométricos em visitas domiciliares. O alerta é essencial para prevenir que outras pessoas caiam em armadilhas semelhantes.
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Promessas de emprego também fazem parte
Em outra frente de atuação, quadrilhas usam falsas propostas de emprego para enganar vítimas em busca de oportunidades profissionais. No Sul do país, criminosos se passam por recrutadores e afirmam que a fotografia facial é necessária para cadastro em processos seletivos.
No entanto, essa imagem serve para autorizar contratos digitais em nome da vítima, como financiamentos e empréstimos. O golpe da biometria facial, nesse formato, tem crescido especialmente em tempos de alta demanda por trabalho e desemprego elevado.
Um morador de Florianópolis acreditava ter encontrado uma vaga como motorista. Durante a entrevista, o golpista tirou sua foto e coletou seus dados sob o pretexto de formalizar a contratação. No entanto, pouco depois, o homem descobriu que haviam financiado um carro de quase R$ 69 mil em seu nome.
Por sorte, ele conseguiu bloquear a transação a tempo, mas os responsáveis ainda não foram encontrados. Casos semelhantes ocorreram em outras regiões, demonstrando que a prática se espalha rapidamente entre diferentes quadrilhas.
Em Guarapuava, no Paraná, Francielle Kretchemer caiu em golpe semelhante. Após ser entrevistada por uma falsa empresa de RH, teve seu rosto fotografado e seus dados utilizados em um financiamento de R$ 170 mil. A polícia conseguiu prender dois envolvidos em flagrante enquanto enganavam outra pessoa.
Segundo o delegado responsável, um dos criminosos coletava as informações enquanto o outro realizava as fraudes em instituições financeiras. Além disso, a investigação identificou o envolvimento de revendedoras de veículos, que recebiam os valores dos financiamentos ilegais.
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Como se proteger do golpe da biometria facial?
A prevenção ao golpe da biometria facial depende, em grande parte, da atenção e da cautela dos cidadãos ao lidar com qualquer solicitação de imagem ou dados pessoais. Antes de permitir qualquer tipo de registro fotográfico, é fundamental verificar a identidade e o propósito da pessoa que pediu.
Em situações como entrevistas de emprego ou visitas domiciliares, o ideal é buscar informações sobre a empresa ou o serviço público em questão, entrando em contato por canais oficiais e confirmando a veracidade da abordagem.
Além disso, é essencial desconfiar de qualquer promessa de facilitação de serviços públicos, como cirurgias ou programas sociais, feita por pessoas que aparecem sem agendamento ou sem vestimentas e documentos oficiais que comprovem trabalhar nos locais.
A orientação das prefeituras e órgãos de saúde é clara: profissionais de saúde não têm autorização para solicitar imagens faciais nem dados biométricos dos pacientes. Portanto, qualquer tentativa nesse sentido deve ser recusada e denunciada imediatamente à polícia.
Por fim, se você desconfia que foi vítima desse tipo de golpe, entre em contato com seu banco o quanto antes, solicite o bloqueio de movimentações suspeitas e registre boletim de ocorrência. Guarde todos os registros que possam servir como prova, como nomes, fotos e números de telefone dos envolvidos.
Além disso, acompanhe frequentemente seus extratos e histórico financeiro para identificar qualquer movimentação estranha. A rapidez na resposta pode ser decisiva para evitar prejuízos maiores e colaborar com as investigações.
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