Pobreza e Extrema Pobreza Caem ao Menor Nível Histórico no Brasil, Diz IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta semana, os dados de sua Síntese de Indicadores Sociais (SIS) de 2025, revelando um marco histórico: a proporção de brasileiros em situação de pobreza e extrema pobreza atingiu os menores patamares desde o início da série, em 2012.
O resultado consolida o terceiro ano consecutivo de queda nos indicadores, marcando uma recuperação robusta após o pico de vulnerabilidade social registrado durante a pandemia de Covid-19 em 2021.
Redução Expressiva nos Indicadores
Os dados de 2024 mostram um declínio significativo em comparação com o ano anterior:
- Pobreza: A população abaixo da linha de pobreza (definida pelo Banco Mundial como viver com menos de US$ 6,85 por dia, ou cerca de R$ 694 por mês per capita em 2024) recuou de 27,3% em 2023 para 23,1% em 2024. Numericamente, 8,6 milhões de pessoas saíram da pobreza no período, fazendo o contingente total cair para 48,9 milhões.
- Extrema Pobreza (Miséria): A proporção de brasileiros na miséria (renda per capita inferior a US$ 2,15 por dia, ou cerca de R$ 218 por mês em 2024) caiu de 4,4% em 2023 para 3,5% em 2024. Isso representa 1,9 milhão de pessoas a menos na miséria, atingindo 7,4 milhões. Este percentual é o menor já registrado na série histórica.
Importância dos Programas Sociais: O IBGE ressalta que o avanço é resultado da combinação de dois fatores: o aquecimento do mercado de trabalho e, principalmente, a expansão e o fortalecimento dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Disparidades Regionais e Raciais Persistem
Apesar da queda nacional, as desigualdades regionais e sociais permanecem acentuadas, indicando a necessidade contínua de focalização de políticas:
| Região | Taxa de Pobreza (2024) | Taxa de Extrema Pobreza (2024) |
| Nordeste | 39,4% | 6,5% |
| Norte | 35,9% | 4,6% |
| Brasil (Média) | 23,1% | 3,5% |
| Sul | 11,2% | 1,5% |
- Cor/Raça: O estudo revela que a pobreza e a extrema pobreza atingem desproporcionalmente a população preta e parda. Cerca de 29,8% dos pardos e 25,8% dos pretos viviam em situação de pobreza em 2024, quase o dobro do patamar registrado entre os brancos (15,1%).
Queda da Desigualdade de Renda
A Síntese de Indicadores Sociais também apontou que a desigualdade de renda atingiu o seu menor nível desde 2012. O Índice de Gini, que mede a desigualdade (onde 0 é igualdade máxima e 1 é desigualdade máxima), caiu para 0,504 em 2024 (era 0,517 em 2023).
O IBGE simulou o cenário sem os programas de transferência de renda (Bolsa Família e BPC) e projetou que o Índice de Gini subiria para 0,542, e que a extrema pobreza entre os idosos, por exemplo, saltaria de 1,9% para 35,4%.
Os dados reforçam a eficácia direta da transferência de renda na redução da miséria e na melhoria da distribuição de renda no país.





