Qualquer pessoa pode receber o BPC? Conheça as regras
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) enfrenta desafios com o aumento de beneficiários e custos. Entenda as mudanças propostas para melhorar o programa e reduzir inconsistências.
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um auxílio oferecido pelo governo brasileiro para idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade.
Apesar de ser amplamente conhecido, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre quem pode realmente acessar o benefício e quais são as condições exigidas para sua concessão.
Por isso, é essencial compreender as regras do programa e saber se você ou alguém da sua família pode se enquadrar nos critérios estabelecidos.
Como funciona o BPC?
Voltado para aqueles que enfrentam dificuldades financeiras e não conseguem manter uma renda mínima, o BPC é regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).
Diferente da aposentadoria, ele não exige contribuição prévia ao INSS, mas a elegibilidade depende de comprovação da situação de baixa renda e, no caso de pessoas com deficiência, da realização de uma perícia médica.
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Quem tem direito ao BPC?
O BPC destina-se a pessoas que se encontram em situação de baixa renda e que, devido à idade ou condições de saúde, não conseguem prover seu sustento. Para se enquadrar, o beneficiário deve cumprir critérios como:
- Idade avançada: a partir de 65 anos, sem necessidade de contribuição prévia ao INSS.
- Deficiência comprovada: física, mental ou intelectual que cause limitações para o trabalho ou participação social.
- Renda familiar: inferior a 1/4 do salário mínimo por pessoa.
Os critérios são avaliados com base no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e em perícias realizadas pelo INSS. No entanto, falhas na aplicação dos critérios têm levado à inclusão de pessoas fora do perfil inicialmente estabelecido.
Por que o número de beneficiários está aumentando?
Entre 2021 e 2024, o número de beneficiários do BPC cresceu de forma expressiva, passando de 4,71 milhões para 6,3 milhões.
O aumento, equivalente a 33%, não se deve apenas ao crescimento da população de idosos e pessoas com deficiência.
Um dos fatores mais relevantes para esse salto é a atuação do Poder Judiciário, que, ao atender demandas judiciais, tem ampliado o escopo de concessões.
Decisões judiciais frequentemente ignoram os critérios estabelecidos e resultam na inclusão de beneficiários que não atendem aos requisitos.
A prática, embora busque atender casos específicos, sobrecarrega o orçamento público e reduz os recursos disponíveis para quem realmente necessita.
Isso porque o custo das concessões indevidas do BPC chega a aproximadamente R$ 14,5 bilhões anuais. Esse montante poderia ser redirecionado para políticas públicas mais abrangentes e inclusivas.
A falta de uma legislação clara que diferencie deficiência moderada e grave também contribui para o aumento da judicialização.
Propostas para estabelecer critérios mais objetivos foram apresentadas, mas enfrentaram resistência e acabaram sendo rejeitadas, perpetuando incertezas e brechas legais.
Além disso, o aumento no número de beneficiários gera pressão sobre o orçamento destinado ao programa, comprometendo a sustentabilidade a longo prazo.
Possíveis mudanças para aprimorar o programa
Especialistas sugerem algumas alterações para melhorar a eficiência do BPC e garantir que o benefício atenda a quem realmente precisa. As principais propostas incluem:
- Estabelecimento de critérios claros e objetivos: definir de forma detalhada as condições de deficiência e renda para evitar ambiguidades.
- Monitoramento contínuo: implementar sistemas que revisem periodicamente a elegibilidade dos beneficiários.
- Inclusão no mercado de trabalho: investir em programas de qualificação e empregabilidade para pessoas com deficiência e idosos, reduzindo a dependência do benefício.
Apesar dos desafios, o BPC desempenha um papel indispensável no amparo às populações mais vulneráveis. Ele garante dignidade a idosos e pessoas com deficiência, que muitas vezes enfrentam barreiras econômicas e sociais significativas.
Todavia, para manter sua eficiência, é necessário um esforço conjunto entre o governo e a sociedade para corrigir as falhas e preservar os objetivos originais da iniciativa.