O INSS decidiu suspender as novas contratações de consignado dos segurados, que devem esperar a nova liberação, sem data para ocorrer.
A contratação de consignado corresponde a uma modalidade de crédito em que o valor das parcelas é descontado diretamente da folha de pagamento ou do benefício do contratante. Esse tipo de empréstimo oferece juros mais baixos, justamente por apresentar menor risco de inadimplência.
Por esse motivo, aposentados, pensionistas e beneficiários do INSS utilizam amplamente essa opção para organizar finanças, quitar dívidas ou lidar com emergências. No entanto, o acesso ao crédito consignado depende da chamada margem consignável.
Quando qualquer mudança afeta essa margem ou o acesso a ela, milhares de beneficiários enfrentam dificuldades para contratar ou renegociar empréstimos. Esse cenário exige atenção e acompanhamento constante por parte de quem depende desse recurso financeiro.
Neste artigo, você vai ver:
INSS bloqueou contratação de consignado
O Instituto Nacional do Seguro Social suspendeu temporariamente o acesso das instituições financeiras às informações sobre a margem consignável de seus beneficiários. Essa decisão afetou diretamente aposentados e pensionistas que tentavam contratar ou renegociar empréstimos consignado.
A medida partiu da Dataprev, empresa responsável pelo processamento de dados do governo federal, o que interrompeu a comunicação entre bancos e o sistema do INSS. Sem acesso à margem, nenhuma nova operação de crédito pode ser formalizada, dificultando o planejamento financeiro de muitos.
Como consequência, as instituições financeiras não conseguem verificar a capacidade de endividamento de cada beneficiário. Isso significa que, mesmo com o desejo ou a necessidade de contratar crédito, o segurado encontra um sistema inoperante, sem previsão imediata de regularização.
A falta de acesso ao sistema impede não apenas novas contratações, mas também renegociações de dívidas já existentes. Assim, muitos usuários permanecem sem alternativas seguras para obter crédito com taxas reduzidas.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) confirmou a interrupção e apontou que a suspensão tem relação direta com uma revisão nos sistemas internos e na política de contratação dos consignados. Segundo a entidade, o objetivo é garantir mais segurança nas operações e evitar fraudes.
Ainda assim, a Febraban defende que essa segurança precisa vir acompanhada de uma jornada mais fluida para o cliente, sem burocracia excessiva. Até o momento, não há clareza sobre quando a normalização ocorrerá, nem sobre o procedimento que os beneficiários devem seguir para autorização.
Motivo da restrição de acesso ao crédito
A suspensão da contratação de consignado decorre de ajustes internos realizados pela Dataprev, com foco na reestruturação dos processos que envolvem a concessão desse tipo de empréstimo, que vem sofrendo alguns empasses recentemente.
A empresa, responsável pelo tratamento das informações do INSS, identificou a necessidade de revisar os fluxos de autorização e de segurança na liberação de dados sensíveis. A medida, embora preventiva, afetou diretamente os usuários que dependem do crédito consignado para se manter.
Essa restrição busca modernizar o sistema, mas, ao mesmo tempo, levanta dúvidas entre os segurados. Segundo a Febraban, a Dataprev exige que o próprio beneficiário autorize o compartilhamento da margem consignável com os bancos.
No entanto, nem o INSS nem a própria Federação souberam esclarecer qual é o procedimento correto para essa autorização. A ausência de orientações claras compromete a transparência e dificulta a vida dos aposentados e pensionistas.
Além disso, o bloqueio impacta a rotina de instituições financeiras que operam majoritariamente com empréstimos consignados. Sem acesso à margem, bancos e financeiras precisam suspender ofertas, campanhas e renegociações com clientes.
Esse cenário contribui para o acúmulo de demandas e para a insatisfação dos beneficiários, que aguardam uma solução rápida e eficaz. Por isso, cresce a pressão para que o governo, a Dataprev e o INSS apresentem alternativas e restaurem a normalidade dos serviços.
Pagamentos ainda devem ser entregues normalmente
Apesar da suspensão no acesso ao crédito consignado, o calendário de pagamentos do INSS permanece inalterado. Aposentados e pensionistas receberão seus benefícios normalmente nas datas já definidas, sem prejuízo no repasse.
A divisão dos pagamentos segue o padrão adotado todos os meses, com base no valor do benefício e no número final do NIS (Número de Identificação Social). O cronograma atende tanto os segurados que ganham até um salário mínimo quanto aqueles que recebem valores superiores. Confira as datas.
Para quem ganha até um salário mínimo
| Final do NIS | Data de Pagamento |
|---|---|
| 1 | 26 de maio |
| 2 | 27 de maio |
| 3 | 28 de maio |
| 4 | 29 de maio |
| 5 | 30 de maio |
| 6 | 2 de junho |
| 7 | 3 de junho |
| 8 | 4 de junho |
| 9 | 5 de junho |
| 0 | 6 de junho |
Para quem ganha acima de um salário mínimo
| Final do NIS | Data de Pagamento |
|---|---|
| 1 e 6 | 2 de junho |
| 2 e 7 | 3 de junho |
| 3 e 8 | 4 de junho |
| 4 e 9 | 5 de junho |
| 5 e 0 | 6 de junho |
Para consultar o valor e a data de pagamento, o beneficiário pode utilizar o aplicativo Meu INSS, disponível para smartphones Android e iOS. A plataforma permite verificar extratos, agendar atendimentos, solicitar serviços e acompanhar todas as informações relacionadas ao benefício.
Também é possível ligar para o número 135, canal oficial do INSS, que funciona de segunda a sábado. Além disso, quem preferir atendimento presencial pode comparecer a uma agência do INSS, desde que realize agendamento prévio pelo site oficial ou aplicativo.
